É
uma mistura de bons vinhos de várias vintages, engarrafado depois de cerca de
três anos na madeira. É uma das melhores alternativas ao verdadeiro vintage e
forma um sedimento (ou crosta) na garrafa, precisando ser decantado.
VINHO DO PORTO
O Vinho do Porto é um vinho natural e fortificado, produzido exclusivamente a partir de uvas tintas provenientes da Região Demarcada do Douro, no Norte de Portugal a cerca de 100 km a leste da cidade do Porto. Régua e Pinhão são os principais centros de produção, mas algumas das melhores vinhas ficam na zona mais a leste.
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Vintage
A
designação Vintage é a classificação mais alta que pode ser atribuída a um
vinho do Porto. Considera-se Vintage o vinho do Porto obtido da colheita de um
só ano, e é uma denominação atribuída apenas em anos considerados de
excepcional qualidade. Sofrem um envelhecimento em casco por um período máximo
de dois anos e meio, sendo posteriormente envelhecidos em garrafa.
O
seu potencial de envelhecimento é enorme sendo por isso recomendável a sua
guarda por um período nunca inferior a 3 a 4 anos em garrafa. Este vinho
deve-se tomar só depois das refeições e pequenas quantidades.
Com
o envelhecimento em garrafa torna-se suave e elegante, desaparecendo
gradualmente a adstringência inicial. Adquire, por isso, um aroma equilibrado,
complexo e muito distinto. Aos Vintage com alguns anos em garrafa estão
associados aromas de torrefação (chocolate, cacau, café, caixa de charutos,
etc.), aromas de especiarias (canela, pimenta,...) e, por vezes, aromas
frutados.
Colheita
Não
é muito habitual encontrar vinhos do Porto com esta designação, já que por
apresentarem características muito próximas às dos Tawnies envelhecidos, têm
vindo a ser cada vez mais preteridos pelas empresas de vinho do Porto.
Vinho
de elevada qualidade proveniente de uma só colheita. Estagia em madeira durante
períodos de tempo variáveis, nunca inferiores a sete anos.
No
rótulo, a palavra colheita é sempre seguida do respectivo ano, que foi
considerado excepcionalmente bom para a produção de Vinhos do Porto Tawny. O
vinho estagia cerca de doze anos dentro de cascos de madeira, e apresenta cores
claras, um acastanhado dourado, quase âmbar. O sabor de um colheita é muito
semelhante ao de um Tawny 10 ou 20 anos, mas logicamente mais rico e elegante.
Durante
o envelhecimento em casco, os aromas jovens, frutados e frescos, evoluem por
via oxidativa, dando lugar a um bouquet em que sobressaem os aromas de frutos
secos, aromas de torrefação, madeira e especiarias. No decurso do
envelhecimento, vão aumentando a macieza, a harmonia e complexidade do bouquet.
A cor evolui para o alourado, notando-se mesmo reflexos esverdeados nos vinhos
muito velhos. Vinho de elevada qualidade obtido por lotação de vinhos de
colheitas de diversos anos, de forma a obter-se uma complementaridade de
características organolépticas. Estagia em madeira durante períodos de tempo
variáveis, nos quais a idade mencionada no rótulo corresponde à média
aproximada das idades dos diferentes vinhos participantes no lote e exprime o
carácter do vinho no que respeita às características conferidas pelo
envelhecimento em casco. Assim, um vinho 10 anos revela uma cor, um aroma e um
sabor típicos de um vinho que permaneceu durante dez anos em casco. Tal como os
vinhos Data de Colheita, apresentam um característico bouquet de oxidação que
se traduz em aromas de frutos secos, torrefação e especiarias, mais evidentes
nos vinhos com mais idade. Na boca, revelam-se vinhos macios e harmoniosos, com
um aroma muito persistente. O Colheita 1994 é famoso por ter sido produzido num
dos melhores anos de sempre para os vinhos do Porto.
Tawnies envelhecidos
Como
o próprio nome indica, estes vinhos envelhecem dentro de cascos de carvalho
durante mais tempo do que os normais três anos. Existem, assim, os Tawny 10
anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos, sendo que quanto mais velhos eles forem, mais
claras se tornam as suas cores e mais complexos e licorosos ficam os seus
sabores: mel, canela, chocolate, madeira... O rasto deixado por estes vinhos na
boca do provador é inconfundível. Os Tawnies envelhecidos encontram-se entre os
vinhos do Porto mais caros do mercado.
Late Bottled Vintage (LBV)
Os
vinhos do Porto LBV (sigla de Late Bottled Vintage) têm o aspecto de vinhos
tintos Ruby (cores vermelho carregado e sabores frutados) e são produzidos a
partir de uma só colheita excepcionalmente boa. Envelhecem de quatro a seis
anos dentro dos balseiros, e depois de engarrafados continuam a sua evolução,
ainda que não muito significativa. Por isso, as garrafas de LBV são diferentes,
pois a rolha é inteira (ou seja, não tem a habitual tampa de plástico no topo),
significando que a garrafa deve ser mantida deitada (para que o vinho humedeça
a rolha). Os LBV, ao contrário dos Vintages, podem ser consumidos logo após o
engarrafamento, pois a sua evolução na garrafa é muito pequena. Os LBV eliminam
assim a desvantagem dos Vintages em relação ao tempo de espera antes do
consumo, e ainda que não seja um Vintage verdadeiro, possui muitas das suas
características, e oferece uma ideia bastante próxima da experiência de beber
um.
Reserva Branco
O
Reserva Branco, é um vinho do Porto branco de muito boa qualidade obtido por
lotação e que estagiou em madeira pelo menos sete anos, apresentando
tonalidades douradas, boa complexidade de aroma onde é notório o envelhecimento
em madeira e sabor persistente.
Reserva Ruby
Os
Reserva Ruby, resultantes de lotes mais jovens originam um vinho de cor tinta,
com aromas intensos e frutados; são vinhos encorpados e adstringentes mas menos
do que os Vintage e os LBV.
Reserva Tawny
Dentro
dos Reserva distinguem-se os Reserva Tawny, que apresentam uma cor tinta
aloirada, com os aromas de frutos secos, torrefacção e madeira, resultantes do
estágio mínimo obrigatório de sete anos em madeira, a complementarem-se com
alguns aromas remanescentes de fruta fresca. Na boca, já é notória a macieza
característica dos vinhos envelhecidos em casco.
Vinho do Porto Reserva
O Vinho do Porto Reserva é produzido a partir de
uvas selecionadas de grande qualidade, e tanto pode ser branco como tinto. Em
geral, ficam sete anos em maturação dentro da madeira, sendo depois
engarrafados. Estes vinhos devem ser tratados da mesma forma que os standard,
isto é, não envelhecem dentro da garrafa (por isso, esta deve ser mantida
sempre na vertical) e após a sua abertura podem ser consumidos num prazo não
superior a seis meses. Os Reservas têm a particularidade de poderem ser bebidos
quer como aperitivo quer como vinho de sobremesa. Caso escolha beber antes das
refeições, aconselha-se a que se sirva fresco, mesmo tratando-se de um reserva
tinto.
Categorias de Vinho do Porto
O
vinho do Porto que envelhece até três anos é considerado standard. Todos os
outros vinhos que fiquem mais tempo a envelhecer na madeira pertencem a
categorias especiais, quer porque as uvas que lhe deram origem são de melhor
qualidade, quer por terem sido produzidos num ano excepcionalmente bom em
termos atmosféricos. Assim, entre as categorias especiais, é comum encontrar os
Reserva, os LBV, os Tawnies envelhecidos e os Vintage, e, menos regularmente,
os Colheita.
Um vinho diferente
O
que torna o vinho do Porto diferente dos restantes vinhos , além do clima
único, é o facto de a fermentação do vinho não ser completa, sendo parada numa
fase inicial (dois ou três dias depois do início), através da adição de uma
aguardente vínica neutra (com cerca de 77º de álcool). Assim o vinho do Porto é
um vinho naturalmente doce (visto o açúcar natural das uvas não se transforma
completamente em álcool) e mais forte do que os restantes vinhos (entre 19 e
22º de álcool).
Vinho do Porto Tawny
(Foto: Pedro Mello e Souza)
Os
Tawny são também vinhos tintos, feitos aliás das mesmas uvas que os Ruby, mas
que apenas envelhecem dois a três anos nos balseiros, passando depois para as
pipas de 550 litros. Estas permitem um mais elevado contacto do vinho com a
madeira e daí com o ar. Assim os Tawny respiram mais, oxidando e envelhecendo
rapidamente. Devido à elevada oxidação os Tawny perdem a cor inicial dos vinhos
tintos, ganhando tons mais claros como o âmbar, e sabores a frutos secos como
as nozes ou as amêndoas. Com a idade os Tawny ganham ainda mais complexidade
aromática, enriquecendo os aromas de frutos secos e adquirindo aromas de
madeira, tostado, café, chocolate, mel, etc.
As
categorias existentes são: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com indicação de idade
(10 anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos) e Colheita. São vinhos de lotes de vários
anos, excepto os Colheita, que se assemelham a um Tawny com Indicação de Idade
com o mesmo tempo de envelhecimento.
Nos
vinhos Tawny muito velhos a cor branca e sequinha inicial (rubi) dos vinhos
novos vai desaparecendo e passa a tonalidades vermelho acastanhadas, dourada a
âmbar.
Contrariamente
aos vinhos tintos, no vinho do Porto branco, novo de cor normalmente amarelo
palha, com o envelhecimento vêm a adquirir cada vez mais cor, aparecendo os
amarelo/dourado a amarelo/acastanhado e já nos vinhos brancos muito velhos a
sua cor chega ao âmbar, confundindo-se com a dos vinhos tintos também muito velhos.
Vinho do Porto Ruby
Os
Ruby são vinhos tintos que também envelhecem em balseiros. Devido ao baixo
contacto com a madeira (porque a relação superfície/volume é pequena) conservam
durante mais tempo as suas características iniciais, devido à baixa oxidação.
São assim vinhos muito frutados de cor escura (rubi), com sabores a frutas
vermelhas (frutos silvestres ou ameixas por exemplo) e com características de
vinhos jovens.
Neste
tipo de vinhos, por ordem crescente de qualidade, inserem-se as categorias
Ruby, Reserva, Late Bottled Vintage (LBV) e Vintage. Os vinhos das melhores
categorias, principalmente o Vintage, e em menor grau o LBV, poderão ser
guardados, pois envelhecem bem em garrafa.
Vinho do Porto Branco
O vinho do Porto branco é feito exclusivamente a
partir de uvas que durante o processo de fermentação não têm contacto com o
mosto. Este vinho envelhece em grandes balseiros de madeira de carvalho (20 mil
e mais litros). Os vinhos do Porto brancos são vinhos jovens e frutados (não
menosprezando as reservas) e são o único vinho do Porto que melhora quanto à
sua doçura. Há brancos secos, meios-secos e doces. Porém, devido à forma como o
Porto é produzido, o vinho praticamente nunca é completamente seco, guardando
sempre alguma da sua doçura inicial, sendo por isso comum encontrarem-se
brancos "secos" com alguma doçura.
Primeira exportadora de Vinho do Porto
A
empresa Croft foi das primeiras a exportar vinho do Porto, seguida por outras
empresas inglesas e escocesas.
"Descoberta" do Vinho do Porto
A
"descoberta" do vinho do Porto é polémica. Uma das versões, defendida
pelos produtores da Inglaterra, refere que a origem data do século XVII, quando
os mercadores britânicos adicionaram brandy ao vinho da região do Douro para
evitar que ele azedasse. Mas o processo que caracteriza a obtenção do precioso
néctar era já conhecido bem antes do início do comércio com os ingleses. Já na
época dos Descobrimentos o vinho era armazenado desta forma para se conservar
um máximo de tempo durante as viagens. A diferença fundamental reside na zona
de produção e nas castas utilizadas, hoje protegidas.
domingo, 4 de maio de 2014
ORIGENS
Apesar
de produzida com uvas do Douro e armazenada nas caves de Vila Nova de Gaia,
esta bebida alcoólica ficou conhecida como "vinho do Porto" a partir
da segunda metade do século XVII por ser exportada para todo o mundo a partir
desta cidade. Vila Nova de Gaia é o local com maior concentração de álcool por
metro quadrado do mundo.
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